A
nossa memória é algo que, através da mente, armazena vários registros, muitos
dos quais ficam armazenados no nosso subconsciente e são relembrados de acordo
com as nossas vivencias.
Recordo-me
de muitos fatos que ocorreram na minha infância, nos primeiros anos de
iniciação ao período escolar, que contribuíram para a minha formação de forma
significativa, pois, mesmo alguns desses fatos não sendo tão alegres, hoje
vejo-os de uma forma bem diferente da que via antes, talvez pelas experiências
vivenciadas durante o processo de minha formação, na qual vem me proporcionando
muitas reflexões a cerca do que eu já vivi e influenciando nas minhas futuras
ações, principalmente como educadora.
Poderia
relatar aqui várias memórias, mas uma especial me chama a atenção porque esta
me marcou por vários anos durante os meus primeiros anos na escola, me fazendo
até a perder um pouco o interesse por ir a escola na época. Lembro bem do meu
primeiro dia de aula, estava muito ansiosa e com uma expectativa muito grande
por aquele momento, mesmo tendo entrado um pouco tardia na escola em relação à
idade que as crianças engessam hoje na escola infantil.
A
minha primeira professora era uma mulher gentil até certo ponto, pois com o seu
filho, que também era um dos alunos da turma, ela era muito agressiva e a todo
o momento estava a repreendê-lo diante de todos os alunos da sala. E isso me
incomodava muito, primeiro porque eu não compreendia o porque daquela atitude e
segundo porque ela procurava usar o seu filho como um exemplo de punição para
aquele que a desobedecia. Tudo o que acontecia na sala de aula, seja lá quem
fosse que fizesse, a culpa sempre caia em cima do filho da professora. Eu
ficava sem entender o que acontecia ali, pois o mais comum seria o contrário, a
professora aproveitar da sua posição para proteger o seu filho. Más, ela agia
de forma que me surpreendia, ela não era justa com o filho, pois não era
nenhuma outra criança que acusava o filho da professora de aprontar as
travessuras típicas da idade de crianças, ela sabia que ele não havia feito
nada, mas mesmo assim ele era punido, na maioria das vezes com agressões
físicas.
Eu
nunca compreendi quais os motivos que motivava as ações da professora na sala
de aula, porém compreendo que a minha indignação diante de tal situação só me
faz ter certeza que eu agia de forma correta, pois eu não me sentia bem com
aquilo. Os anos se passaram e o garoto hoje é um de meus melhores amigos, mas a
sua submissão aos caprichos da mãe ainda persistem de forma viva, mesmo não
sendo mais através de agressões como antes era. Mas as marcas ficaram como um
trauma não superado, deixado pelas marcas de humilhação, como o próprio garoto,
hoje adulto, define aqueles anos de sua vida.
Essa
memória serve como exemplo para que eu possa, como educadora que sou, tentar
evitar esses erros e impasses que ocorrem na sala de aula, agindo diante deles
com prudência e de forma a não privilegiar a uns e desmerecer a outros. Por
isso é de fundamental importância que os profissionais da educação estejam a
todo momento em busca de uma formação qualificada e busquem subsídios para
dar-lhe suporte em sala de aula, porém apenas isso não garante que situações
como essa não venham a se repetir, mas diminui as probabilidades que aconteça.
Falo isso porque a professora em questão não tinha formação exigida e nem vocação para a ocupação que
exercia.
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