sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

UMA DE MINHAS MEMÓRIAS DA ESCOLA...



A nossa memória é algo que, através da mente, armazena vários registros, muitos dos quais ficam armazenados no nosso subconsciente e são relembrados de acordo com as nossas vivencias.
Recordo-me de muitos fatos que ocorreram na minha infância, nos primeiros anos de iniciação ao período escolar, que contribuíram para a minha formação de forma significativa, pois, mesmo alguns desses fatos não sendo tão alegres, hoje vejo-os de uma forma bem diferente da que via antes, talvez pelas experiências vivenciadas durante o processo de minha formação, na qual vem me proporcionando muitas reflexões a cerca do que eu já vivi e influenciando nas minhas futuras ações, principalmente como educadora.
Poderia relatar aqui várias memórias, mas uma especial me chama a atenção porque esta me marcou por vários anos durante os meus primeiros anos na escola, me fazendo até a perder um pouco o interesse por ir a escola na época. Lembro bem do meu primeiro dia de aula, estava muito ansiosa e com uma expectativa muito grande por aquele momento, mesmo tendo entrado um pouco tardia na escola em relação à idade que as crianças engessam hoje na escola infantil.

A minha primeira professora era uma mulher gentil até certo ponto, pois com o seu filho, que também era um dos alunos da turma, ela era muito agressiva e a todo o momento estava a repreendê-lo diante de todos os alunos da sala. E isso me incomodava muito, primeiro porque eu não compreendia o porque daquela atitude e segundo porque ela procurava usar o seu filho como um exemplo de punição para aquele que a desobedecia. Tudo o que acontecia na sala de aula, seja lá quem fosse que fizesse, a culpa sempre caia em cima do filho da professora. Eu ficava sem entender o que acontecia ali, pois o mais comum seria o contrário, a professora aproveitar da sua posição para proteger o seu filho. Más, ela agia de forma que me surpreendia, ela não era justa com o filho, pois não era nenhuma outra criança que acusava o filho da professora de aprontar as travessuras típicas da idade de crianças, ela sabia que ele não havia feito nada, mas mesmo assim ele era punido, na maioria das vezes com agressões físicas.
Eu nunca compreendi quais os motivos que motivava as ações da professora na sala de aula, porém compreendo que a minha indignação diante de tal situação só me faz ter certeza que eu agia de forma correta, pois eu não me sentia bem com aquilo. Os anos se passaram e o garoto hoje é um de meus melhores amigos, mas a sua submissão aos caprichos da mãe ainda persistem de forma viva, mesmo não sendo mais através de agressões como antes era. Mas as marcas ficaram como um trauma não superado, deixado pelas marcas de humilhação, como o próprio garoto, hoje adulto, define aqueles anos de sua vida.
Essa memória serve como exemplo para que eu possa, como educadora que sou, tentar evitar esses erros e impasses que ocorrem na sala de aula, agindo diante deles com prudência e de forma a não privilegiar a uns e desmerecer a outros. Por isso é de fundamental importância que os profissionais da educação estejam a todo momento em busca de uma formação qualificada e busquem subsídios para dar-lhe suporte em sala de aula, porém apenas isso não garante que situações como essa não venham a se repetir, mas diminui as probabilidades que aconteça. Falo isso porque a professora em questão não tinha formação  exigida e nem vocação para a ocupação que exercia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário