O processo de alfabetização é algo que perpassa por uma série de requisitos que precisam estar presentes no profissional encarregado de tal função, muitas vezes atribuido à escola essa função. Qual me vi diante desse pergunta feita pelo professor na sala de aula, eu confesso que fiquei pensativa por alguns instantes, eu estava naquele momento lembrando e voltando lá na minha infância, quando eu ainda não sabia ler nem escrever.
Até
me deparar com esse questionamento ainda não havia parado para refletir sobre
como foi o professo de alfabetização pelo qual passei e muito menos refletir
criticamente sobre como deveria ter sido a minha alfabetização naquele momento
tão importante da minha vida.
Fazendo
uma breve retrospectiva sobre a forma como fui apresentada as primeiras letras
e como fui aos poucos me apropriando do conhecimento das letras, vindo mais
tarde a ler e a escrever fluentemente, posso afirmar que os meus primeiros
contatos com o mundo das letras e da leitura foi no ambiente familiar, pois,
entrei engressei muito tarde na escola, aos sete anos de idade devido a morar
na zona rural, onde as crianças só entravam na escola ao completarem 7 anos.
Sempre
morei com os meus avôs e lembro que uma de minhas tias que residiam comigo era
professora no povoado onde morávamos. Ela ensinava no turno da manhã para uma
turma multisseriada, a única turma que funcionava na escola.
Recordo
que aprendi a ler e escrever com essa tia, chamada por mim de tiá. Em um turno
ela ensinava a seus alunos na escola e no outro turno ela passava corrigindo
atividades e planejando para o outro dia e eu, sempre ali ao seu lado, era uma
atividade para seus alunos e outra pra mim. E foi assim, que aos poucos fui
aprendendo a ler e a escrever.
Ao
completar os meus sete anos de idade, momento que iria entrar na escola, eu já
dominava bem a leitura, já lia para as minhas três irmãs (Cida, Laiane e
Carmem). No primeiro dia de aula, lembro que achei tudo muito estranho, os
outros alunos estava muito atrasados, até mesmo os que estavam adiantado de
série em relação a mim que acabara de entrar na escola. Dessa forma, a
professora ao invés de me colocar em uma série normal a um iniciante na escola
me colocou direto na primeira série, pulando algumas etapas, etapas essas que
já haviam sido supridas pelo ensino informa que eu recebia em casa, por isso
não houve perda de conhecimento e sim um reaproveitamento do que já haviam me
ensinado.
Portanto,
não tenho nada a reclamar da forma como fui alfabetizada, acho que não mudaria
nada, foi um momento muito prazeroso pra mim, fui alfabetizada por uma pessoa
muito competente, que me ensinou não só a ler e escrever, más me ensinou
valores. Tenho orgulho em dizer que fui alfabetizada em casa e isso não
diminuiu em nada a minha formação, pelo contrário tenho certeza que me
engrandeceram e contribui muito para a minha formação tanto quanto pessoa
quanto profissional.
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